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quinta-feira, 26 de julho de 2012

Viva a mulher normal

O ser humano costuma valorizar o diferente. Quando a maioria aprecia determinada tendência, o diferente surge como uma alternativa atraente. Mesmo que o diferente não seja na realidade tão atraente, ele aparece como uma espécie de atitude política libertadora . Você deve lembrar de líderes mundiais como Gandhi, com sua simplicidade e proposta de não violência. Diferente da maioria, que pregava que a força dominaria, Gandhi impressionou o mundo e conquistou discípulos. Martin Luther King, que decidiu ser diferente de outros e enfrentar o racismo com inteligência e uma postura equilibrada. Entrou para história e atraiu admiradores. Podemos citar também posturas como os boicotes, greves de fome, marchas de protesto, o cabelo de Neymar???


Precisei desta introdução para falar sobre o que é ser uma mulher diferente hoje em dia.

Quando se começou a ver na TV as mulheres impossíveis, inatingíveis, inalcançáveis com seus corpos esculturais, esculpidos por academias, bisturis e silicones, o mundo babou e discriminou as mulheres gordinhas, baixinhas e com espinhas. Estas passaram a se sentir inferiores e algumas, depois da depressão inicial, buscaram atingir aquele padrão de beleza. Outras desistiram de vez e se entregaram à sarjeta da gula e da ociosidade.

As mulheres “perfeitas” foram ovacionadas, admiradas e eleitas como ideais, pela mídia tendenciosa e a população subserviente. Enquanto isso, as mulheres “normais” tiveram que seguir suas vidas comuns de profissionais bem sucedidas, donas de casa competentes e até presidentes da República.

Até que o diferente chamou a atenção. Diante de tantas glúteos e bustos inflados artificialmente, diante de músculos quase masculinos, a beleza mudou de rumo e proclamou o diferente como Belo. Gordurinhas estão em alta. Estrias e celulites na medida certa, são atraentes. Peitos e bumbuns comuns passaram a cumprir sua função original. Só que desta vez, aliados à beleza comum, estão a capacidade, a inteligência, o carinho, a maternidade, a cumplicidade, a autenticidade. Atributos adquiridos pelas mulheres normais nos anos de ostracismo. Assim, temos verdadeiramente a mulher ideal: corpo, mente e alma. A despeito dos pneuzinhos disfarçados pela cinta modeladora, a mulher normal está em alta. Não estou falando das fracas que não se reabilitaram do descuido com o corpo. Estou falando daquelas que respeitam a gravidade e o tempo. Daquelas que assumem as rugas e se orgulham do peito que amamentou. Daquelas que priorizam a essência em detrimento da forma. Viva a mulher normal!